quarta-feira, 18 de junho de 2008

A TV de hoje e a TV de amanhã

A televisão é o meio que menos mudou desde sua criação. Claro que os televisores evoluíram (passaram de preto-e-branco para colorido e chegaram até o plasma) e que a tecnologia de produção e a linguagem televisiva alteraram-se, mas, comparando-se com os outros meios, percebe-se que a TV é praticamente a mesma há anos.

É o meio mais mobilizador das massas: o que mais influencia no comportamento, o que difunde as imagens, o que cria as celebridades, o que repassa a informação com o diferencial da figura em movimento junto à fala.

No entanto, os caminhos que se desenham agora apontam para uma revolução no modo como assistimos e fazemos TV. A TV digital, implantada, por enquanto, em pequena escala no Brasil, traz a melhoria na qualidade de imagem (alta-definição) e a possibilidade de o espectador interagir com o conteúdo.

O caminho para o desenvolvimento dessa interatividade está sendo descoberto aos poucos. As soluções possíveis são diversas, mas ainda não há uma cultura consolidada em torno da interatividade. Não há, atualmente, muitos profissionais capazes de trabalhar nessa área. E aí que entramos (ou pretendemos entrar) nós, os futuros jornalistas. Notícias em forma de texto, vídeo e áudio, enquetes, quiz... Tudo isso pode ser explorado dentro da TV digital.

A necessidade da criação de um diferencial de conteúdo dentro da TV digital já tornou-se evidente. A melhoria na qualidade da imagem não parece ser o suficiente para estimular o espectador a trocar o sinal analógico pelo digital: nas cidades em que o sistema já está disponível (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), o número de pessoas que adotou a TV digital é bastante pequeno. Evidentemente que se pode somar ao desinteresse o custo ainda alto dos equipamentos necessários para receber o sinal.

A previsão, antes estimada em 10 anos, para a permanência da TV analógica em território nacional parece que não irá se confirmar, a baixa adesão indica que as alterações terão de ser mais lentas. Mas, apesar da lentidão inicial, é fato consumado que a televisão está mudando no Brasil e no restante do planeta.

O celulares passam a ser aparelhos móveis de TV, dando a esse meio uma agilidade que antes era exclusiva do rádio. Novas tecnologias já permitem que se pare a programação, tal qual num filme em DVD, e se prossiga assim que desejar. Também dá para gravar programas, comprar filmes para assistir depois... Tudo isso muda o velho conceito de horário nobre. O que antes prendia os espectadores à tela em determinado horário (e não voltava a se repetir) já pode ser escolhido em que hora vai ser exibido na TV de cada um. O horário nobre é o nosso, ditado por nós.

A publicidade é que terá de se adaptar totalmente. Com a possiblidade de poder "pular" os intervalos comerciais, outras formas de propaganda terão de ser pensadas. Quais? Ninguém sabe por enquanto.

Em meio a tantas novidades, eu, com 18 anos, às vezes, me sinto uma analfabeta digital e, ao mesmo tempo, me entusiasmo com as novidades.

E por falar em novidades: amanhã teremos nossa primeira experiência com TV. Cada um apresentará uma notícia em frente à câmera. Já vislumbro algumas gaguejadas, chiliques e crises nervosas... Veremos. Literalmente.

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